Resumo
Veja
1) Entrevista com o cientista político americano Michael Ross
O cientista político americano diz que a gestão da Petrobras no governo
petista revelou alguns sintomas da maldição que transforma países exportadores
de petróleo em ditaduras
P )Alegando a necessidade de proteger as reservas de pré-sal, o governo
brasileiro fez uma parceria com a França para construir submarinos com
propulsão nuclear. Trata-se de uma preocupação exagerada?
R) Há uma forte relação entre receitas do petróleo e
militarização. Países ricos nesse recurso natural gastam muito dinheiro
ampliando sua estrutura bélica. Quanto mais eles acumulam, mais imprudentes
ficam em relação às decisões sobre seus gastos militares, e esse é um dos
sintomas da maldição do petróleo. A descoberta de reservas também costuma ser
usada para alimentar o sentimento nacionalista, o que justificaria o
investimento
P )O Brasil foi contaminado pela maldição do petróleo?
R) Sim, e isso é um mau sinal. É especialmente decepcionante para pessoas
como eu, que, no passado, viram muitas coisas positivas no Brasil no que diz
respeito à riqueza do petróleo e à maneira como era administrada.
2) Propina em domicílio
Depois de tantas revelações sobre engenharias corruptas complexas de
sobrepreços, aditivos,aceleração de obras e manobras cambiais engenhosas, a
Operação Lava-Jato produziu agora uma história simples e de fácil entendimento.
Ela se refere ao que ocorre na etapa final do esquema de corrupção, quando
dinheiro vivo é entregue em domicílio aos participantes. Durante quase uma
década,Rafael Ângulo Lopez executou esse trabalho.
Ele era o distribuidor da propina que a quadrilha desviou dos cofres da
Petrobras. Era o responsável pelo atendimento das demandas financeiras de
clientes especiais, como deputados, senadores, governadores e ministros.
Braço-direito do doleiro Alberto Youssef, o caixa da organização, Rafael
era “o homem das boas notícias”. Ele passou os últimos anos cruzando o país de
norte a sul em voos comerciais com fortunas em cedulas amarradas ao próprio
corpo sem nunca ter sido apanhado. Em cada cidade, um ou mais destinatários
desse Papai Noel da corrupção o aguardavam ansiosamente.
Os voos da alegria sempre começavam em São Paulo, onde funcionava o
escritório central do grupo. As entregas de dinheiro em domicílio eram feitas
em endereços elegantes de figurões de Brasília, Recife, Porto Alegre, Curitiba,
Maceió e São Luís. Eventualmente ele levava remessas para destinatários no
Peru, na Bolívia e no Panamá. Discreto, falando só o estritamente necessário ao
telefone, não deixou pistas de suas atividades em mensagens ou diálogos
eletrônicos. Isso o manteve distante dos olhos e ouvidos da Polícia Federal nas
primeiras etapas da Operação Lava-Jato. Graças à dupla cidadania — espanhola e
brasileira —, Rafael usava o passaporte europeu e o ar naturalmente formal para
transitar pelos aeroportos sem despertar suspeitas.
3) Professores do crime
Procuradores denunciam empreiteiros por corrupção e detalham o
impressionante esquema que as empresas teriam montado para desviar dinheiro da
Petrobras
O procurador Dallagnol explica como as empreiteiras fraudavam as
licitações em cumplicidade com diretores da Petrobras
4) A RIQUEZA DE BANDEJA
Ele era conhecido apenas como o simpático “garçom do Lula” no
restaurante em que trabalhava, em São Bernardo. Agora, Cortegoso é empresário e
enriqueceu prestando serviços ao PT em campanhas eleitorais. É aí que mora o
perigo
5) Para Lula Tudo
Quando a Bancoop quebrou, em 2006, deixou mais de 3500 famílias na ma da
amargura. Criada em 1996 com a promessa de entregar apartamentos até 40% mais
baratos que os do mercado, a cooperativa habitacional do Sindicato dos
Bancários era presidida pelo sindicalista João Vaccari Neto, o hoje notório
tesoureiro do PT. O rombo de 100 milhões de reais no caixa e o desespero dos
mutuários que nunca viram a cor das chaves depois de anos pagando prestações
motivaram uma investigação do Ministério Público, que concluiu ter Vaccari
“usado os recursos dos cooperados para fins escusos, prejudicando milhares de
pessoas”, como diz o promotor José Carlos Blat. O tesoureiro do PT e outros
quatro ex-dirigentes da cooperativa respondem a processo por estelionato,
formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.
Mas nem todos os que acreditaram nas promessas da Bancoop ficaram sem
nada. Oito dos 32 empreendimentos que a cooperativa deixou inacabados foram
assumidos pela OAS. Um deles, na Praia das Astúrias, no Guarujá, foi entregue
em dezembro do ano passado e tem entre os seus cooperados a família do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ela comprou um dúplex na cobertura do
prédio, de frente para o mar, no mesmo ano em que a Bancoop quebrou. Depois que
a OAS assumiu a obra. o dúplex virou triplex.
O imóvel cresceu de 162 para 297 metros quadrados e ganhou um elevador
privativo que vai do 1° ao 3º piso. Embora Lula diga que ainda não decidiu se
exercerá seu direito de compra, moradores relatam que a reforma foi acompanhada
de perto pelo filho de Lula Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, e terminou
neste mês. O valor do imóvel é estimado em 1,8 milhão de reais.
6) prepare-se: O Dólar vai subir
A recuperação dos EUA valoriza a moeda americana em todo o mundo. No
Brasil, a alta é reforçada pelas fragilidades do país na economia
7) MEIA VERDADE E MEIO PERDÃO?
Instalada em 2012 com o propósito de “examinar e esclarecer graves
violações de direitos humanos” cometidas entre 1946 e 1985, a comissão reduziu
seu escopo três meses depois, quando decidiu investigar apenas os atos
perpetrados por “agentes públicos e servidores do Estado”. Com isso, deixou de
lado os sequestros, roubos e assassinatos cometidos por guerrilheiros que se
engajaram na luta armada para trocar a ditadura militar pela comunista,
contentando- se em virar, na prática, uma “comissão da meia verdade”, na
definição do jurista Ives Gandra Martins. A estimativa é que 121 pessoas tenham
sido mortas durante o regime militar por ação de grupos de esquerda.
8) TERRORISTAS, NÃO HERÓIS
Acolhidos como refugiados pelo Uruguai, seis ex-detentos de Guantánamo
possuem histórico de serviços ao terror
9) NÃO DÁ PARA SALVAR O PLANETA POR DECRETO
A Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP) é um ponto de encontro
anual no qual os países revelam seu grau de comprometimento com metas
destinadas a construir um planeta saudável. A vigésima edição do evento,
realizada nas últimas duas semanas em Lima, no Peru, teve uma relevância
especial. Das discussões brotou o rascunho do tratado a ser assinado em
dezembro do ano que vem, na próxima edição da reunião, em Paris, um substituto
do defasado Protocolo de Kyoto, em vigor desde 1997.O documento servirá de guia
para regular o corte das emissões de gases de efeito estufa, causadores do
aquecimento global.
A partir do tratado de Paris, em 2015, os países terão de determinar
quais serão, por exemplo, os subsídios que darão à produção de energia limpa ou
quanto cortarão de incentivos à extração e queima de combustíveis fósseis
(principal forma de emissão de CO2 e causa predominante das mudanças
climáticas), como o petróleo. Deverão, ainda, anunciar como reprimir outras
atitudes que levam à devastação, a exemplo do desmatamento. A discussão que
divide os governos é se os mais ricos, como os Estados Unidos, devem arcar com
responsabilidades maiores que os mais pobres, como as nações africanas.
Enquanto isso, um terceiro grupo, dos países em desenvolvimento, a exemplo do
Brasil, tenta achar um meio-termo, no qual todos assumem responsabilidades, mas
em graus distintos, cada qual com sua conta. “É claro que os países
industrializados há mais tempo têm de liderar, mas isso não significa que
outros estão livres para repetir erros que cometemos, e que fizeram com que
chegássemos aos níveis alarmantes de hoje”, afirmou o secretário de Estado
americano, John Kerry, em Lima.
10) A MACONHA E UMA DROGA
Coordenado pela neurocientisla Francesca Filbey, pesquisadora da Faculdade
de Comportamento e Ciências do Cérebro da Universidade do Texas, nos Estados
Unidos, o trabalho comprovou que os prejuízos decorrentes do consumo crônico de
maconha (quatro vezes por semana, ao longo de oito anos) não só alteram a
arquitetura do cérebro como também comprometem o seu funcionamento. A droga
reduz a densidade do tecido cerebral e aumenta a velocidade entre as sinapses
(comunicação entre os neurônios). Apesar de mais ligeiras, as conexões desse
tipo não têm a qualidade das sinapses de um cérebro
saudável. Esse desequilíbrio acontece sobretudo no córtex orbitofrontal,
comprometendo a tomada de decisões e a motivação. O álcool produz um efeito
semelhante, mas não com tamanha intensidade. Diz o psiquiatra Ronaldo
Laranjeira, da Universidade Federal dc São Paulo: “Seria necessário consumir
pelo menos três doses diárias de destilado, durante pelo menos quinze anos,
para chegar ao tamanho do estrago provocado pela maconha”.
Resumo
Época
1) Uma aula de crime
A Justiça aceita a denúncia de corrupção mais grave desde o
mensalão. E o procurador Rodrigo Janot promete que as investigações irão
“até o final"
As empresas foram acusadas pelos procuradores de formar um cartel para
dividir grandes obras, em troca de pagamento de propinas a partidos políticos,
que variavam de 1% a 5% do valor dos contratos. Podem ser condenadas a devolver
mais de R$ 1 bilhão aos cofres públicos. Os principais empreiteiros foram
denunciados pelos crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa e
corrupção ativa
2) Estação Uruguai
As propinas pagas pelo cartel do Metrô de São Paulo passavam por duas
contas bancárias em Montevidéu. Os investigadores terão acesso a elas.
Ao aprofundar a apuração sobre o cartel do Metrô de São Paulo, os
promotores e os procuradores envolvidos nas investigações descobriram que as
movimentações financeiras do esquema percorreram o mundo. Foram detectadas
transações suspeitas em seis países, além do Brasil.
Por meio delas, circulou o dinheiro de multinacionais e de lobistas,
destinado a pagar propina a agentes públicos de estatais paulistas. Mediante
suborno, empresas - como a francesa Alstom ou a alemã Siemens - obtiveram
contratos superfaturados em 30% para fornecer trens e equipamentos ao Metrô de
São Paulo e à Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Um prejuízo
estimado em R$ 834 milhões aos cofres públicos. Na trilha desse dinheiro, a
investigação chegará, em breve, a um novo e decisivo destino: o Uruguai.
3) O novo desafio da pacificação
Traficantes recrutam menores de idade para chefiar o tráfico nas favelas
cariocas
A violência crescente contra policiais militares é um tema grave que
começa a mobilizar os cariocas. Em protesto organizado pela ONG Rio de Paz, na
terça-feira passada, 152 cruzes de madeira foram fincadas nas areias da Praia
de Copacabana. Cada uma delas representava um policial morto, durante sua folga
ou em serviço, nos últimos dois anos. Uma caminhada de protesto pela orla foi
marcada para domingo, dia 14.
4) Limpando a mancha
Um relatório do Senado e a liberação de presos de Guantánamo mostram
como os EUA tentam corrigir os abusos cometidos depois de 11 de setembro de
2001
Para tentar vingar a morte de 2.977 pessoas, os americanos adaptaram a
lei de talião ao século XXI, determinaram a prisão de centenas de suspeitos sem
nehnuma base legal e aprovaram o uso de táticas de tortura brutais, designadas
pelo eufemismo “técnicas avançadas de interrogatório”, que incluíam simulação
de afogamento, privação de sono e alimentação retal. “O relatório expõe a
brutalidade que contrasta com nossos valores como uma nação”,afirmou a senadora
democrata Dianne Feinstein, presidente do Comitê de Inteligência do Senado.
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