Organização abre caminho a resposta global à epidemia. O alerta foi lançado pela última vez em Agosto de 2014 para o surto de Ebola em África.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou esta segunda-feira o vírus Zika uma "emergência de saúde pública de âmbito internacional", abrindo assim a via para uma resposta global contra a epidemia. É um alerta extremo e apenas o quarto deste tipo a ser decretado desde que a designação foi criada, em 2007. A organização anunciou-o a última vez em Agosto de 2014, para a epidemia do Ebola em África.
Há décadas que se conhece a existência do vírus Zika, que até ao último ano nunca fora associado a doenças ou malformações graves. O alarme surgiu no final de 2015, quando médicos no Brasil anunciaram a suspeita de que o vírus era responsável pelo aumento exponencial de microcefalias em bebés, uma malformação congênita grave que faz com que o crânio e cérebro de um recém-nascido sejam de dimensões anormalmente pequenas. O Brasil confirmou a existência de 270 casos em 2015 e está a analisar mais 3400 casos suspeitos. Em 2014 registou apenas 147 destas malformações congênitas.
A ligação entre o vírus Zika e uma maior incidência de microcefalias ainda não foi provada, mas a OMS diz ter fortes suspeitas de que ela existe. "Depois de analisarmos os indícios, o comité foi da opinião de que os aglomerados de microcefalia e outras complicações neurológicas constituem um evento extraordinário e uma ameaça à saúde pública para outras partes do mundo", declarou a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, ao anunciar a designação de emergência de saúde internacional.
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